domingo, 24 de julho de 2011

Com açucar, com afeto.


No fim tudo o que fica é a superficialidade de um profundo sentir, que se torna superficial por não ser dito, por ser escondido, guardado, embrulhado e lacrado. Ao final todo mundo acha que não existem mais coisas a serem ditas, quando na verdade o que mais elas desejam é dizer tudo o que resta, para que nada incompleto fique em seus pensamentos.

Perguntas formuladas na mente são inevitáveis, a incerteza de que se tudo aquilo foi realmente tão real quanto pareceu também, o medo de que um amou mais que o outro... Tantas perguntas e duvidas esmagadas por um silêncio profundo seguido de uma indiferença constante, que muitas das vezes é uma capa para esconder que realmente um se importa com o outro, normal, se houve sentimento sempre deixará algum tipo de saudade ou falta, vácuo, buraco, vazio, que significa: “você existiu/existe aqui”.

Não devemos nos sentir culpados por sentir algo, ter carinho, sentir falta, saudades, não se sinta envergonhado por seus sentimentos, a culpa não é sua, ninguém manda no coração. Existem coisas que ninguém é capaz de explicar, somente de sentir.Eu demorei para entender que saudade é algo que não se escolhe de quem sentir, não controlamos, não paramos, ela pode ir embora ou não, mas isso não depende da nossa vontade.

Mas hoje eu sei, eu entendo que existem coisas que precisam se separar para que elas cresçam e notem o valor de cada uma dentro de si. Nunca fui muito boa em me distanciar das coisas que eu gostava, até o dia em que entendi que a gente precisa viver a dor para crescer e entender que nem tudo o que queremos pode estar do nosso lado, isso não quer dizer que ela sai de dentro do nosso coração, o afeto e o amor podem surgir de formas diferentes.


“ Você passa quieto por mim, eu passo quieta por você, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz."

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Inesperados


Você chegou de um jeito tão inesperado, não disse, não mandou carta, não telefonou, sem qualquer aviso e sem que se percebesse, tomou conta de um espaço que se chama “seu”.
Quem diria eu + você, juntos não? Quem diria tantas coisas? É o mistério da vida mais uma vez me provando que eu não controlo nada.
Que irônico a vida me mostrar que não existia vida somente em um céu meramente azul, o sol também poderia me surpreender e eu que nunca havia prestado atenção nele, as manhãs parecem fazer mais sentido depois que eu notei que eu poderia me apaixonar por outros detalhes.
Me mantive cega por uma beleza de um céu que se ia a cada noite, até que um dia parou de vir e foi embora de vez, sem atender qualquer solicitação de volta.Queria dizer tanto, tanto e não pude dizer nada, achei que não conseguiria superar essa perda, até que os detalhes em volta me fizeram notar que existia muito mais do que eu via ou do que eu queria ver.
Você reclama do meu humor, da minha frieza, da minha possível falta de preocupação, da minha implicância... Mas não enxerga que tudo isso é só uma armadura, é um sentimento muito bem disfarçado e que você sabe que embaixo de uma neve, existe um coração.

Sinto falta de conviver diariamente com o dourado do sol em meus cabelos, lugares e músicas me lembrar o quanto os efeitos solares estão presentes em mim. A ausência não é sinônimo de esquecimento e a saudade é uma presença, que demora pra ir embora ou talvez nunca se vá, pontadas no plexo solar, mas está tudo bem.

Ps:. Continuo descartando os dias.