sábado, 2 de março de 2013

Dorme (Texto de 2010)


Tem coisas que eu sei que sinceramente não voltam mais, não é drama, não é carência, nem precipitação da minha parte. Mas porque não voltam mesmo.
Não sei se essa é a ultima carta que eu te escrevo, mas agora me veio em mente os últimos momentos em que os nossos lábios se tocaram. O amor parece sempre tão maior quando a gente sente né? E realmente ele é.
Me deu uma vontade tão grande de escrever para colocar tudo isso pra fora(eu to escrevendo em um guardanapo) , eu descobri que quando a gente precisa aliviar as coisas a gente tem que fazê-las e é por isso que escrevo.
Acho que você nunca vai ler essa carta, porque eu nunca vou te mandar, eu escrevo pra me aliviar, é um modo que a muito tempo eu encontrei ( te ensinei , por sinal) para organizar as minhas idéias.
Dorme, porque nem tudo é ou parece vivo pra sempre.
Dorme, porque tudo precisa de um descanso, minha insônia de amor pediu sossego. Peço licença mais uma vez, humildemente para me retirar. Eu precisava sorrir, rir, me sentir feliz de verdade, mas para isso eu precisava dormir, e se para ser feliz eu preciso dormir para sempre, então eu quero dormir para a eternidade.
Ta fazendo o maior frio aqui fora, mas não vou pedir para você me abraçar, mas obrigada por todos os abraços nas manhãs, tardes e noites frias, não vou mentir que eu pelo menos tive momentos quase inesquecíveis com você. Eu não sei se espero esquecê-los de vez, porque quando a gente dorme, sonhamos com todas as coisas, mas sempre vem uma vez ou outra uns sonhos antigos, mas as vezes eles simplesmente se vão, vão de uma forma que não se consegue mais lembrar nem que a gente faça força.
Algumas coisas eu espero não conseguir nunca mais lembrar, as outras, eu deixo na mão de Deus, da vida...
Aprendi que a dor só se supera com dor, felicidade e com o tempo. Desde que eu descobri que as pessoas sempre vêm, mas nunca ficam eu consegui parar de ficar acordada a espera do que nada viria e por isso adormeci.
As vezes posso sentir os dedos de alguém entre meus cabelos, não sei se são os seus. Eu acho que não e nem espero que sejam.

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