quinta-feira, 6 de junho de 2013

Âncora


Todos os textos de amor parecem que não fazem mais o mesmo sentido, sabe quando finalmente você acha que encontrou alguém que pela primeira vez na vida julga ser o amor da sua vida?

Acho que você é amor da minha, gostaria de estar errada, até porque não estamos mais juntos, queria amar outra pessoa assim, desse jeito que me arrepia dos pés a cabeça, que me faz sentir um vendaval dentro de mim, que faz pensar que longe a vida perde um pouco o sentido.

Queria também que a gente tivesse tido tempo, aliás, tempo foi tudo o que não tivemos, queria ter tipo tempo de gritar pra todo o mundo o quanto você era meu e eu era sua e o quanto a gente se amava de uma forma inexplicavelmente pura e linda, como se veem em poucos casais.

Lembro do nosso último beijo e do último abraço, te olhei e de certa forma eu já sabia dentro de mim mesma que era o fim, prestei atenção em absolutamente todos os detalhes, pra sempre me lembrar o quanto você estava lindo  naquela blusa verde de botão, como eu poderia esquecer, verde é a minha cor preferida, você estava com aquele óculos que eu adoro, sorria sem graça e dizia o quanto sentia saudade de me ver e de sentir o cheiro bom do meu cabelo, entre um gole e outro de refrigerante, você me olhava e sorria e o mundo poderia acabar naquele mesmo instante que eu seria a mulher mais feliz do mundo, porque você, você sem dúvida seria a pessoa que eu queria ver pela última vez.

Cometemos o nosso último ato de loucura juntos, aquele dia, depois disso nunca mais nos vimos, mais de certa forma, continuei sentindo a sua presença, em todos os lugares, seu cheiro, seu beijo, sua risada, seu sorriso bobo, seu olhar (meu favorito no mundo todo), tudo isso continuou presente, você foi embora, mas isso ficou e doeu, doeu muito e de certa forma ainda dói, sem eu sentir ou admitir.

As vezes quando vejo o pôr -do-sol , lembro de você, lembro  daquela tarde feliz, onde tudo parecia passar em câmera lenta e ao mesmo tempo, tão rápido, uma hora juntos, pareciam minutos, tudo terminava tão repentino e ao  mesmo tempo tão lento,  que consigo me lembrar de cada detalhe.

Lembro também quando eu disse que te amava, eu nunca tinha dito isso primeiro pra ninguém, mas eu tinha certeza naquele momento, que eu te amava mais do que tudo que já tinha conhecido e foi nesse momento que senti um daqueles segundos de eternidade que assustam o coração, mas me senti leve, leve como poucas vezes eu me senti na vida e então você me disse que queria exatamente me dizer isso a tanto tempo, mas tinha medo de me assustar, foi então naquele momento que eu tive certeza de que eu era sua e você era meu.

E mesmo que um dia eu descubra que você não é o amor da minha vida, uma parte de mim sempre achará que sim,  porque eu sei que todas as vezes que eu lembrar de nós dois, sempre vou sorrir, sem perceber e um filme passará rapidamente pela minha cabeça, como flash's da eternidade, que não se apagam nunca.

Sempre vou lembrar que eu sou você e você sou eu e que a gente foi feitos SIM pra se encontrar, mesmo que não não tivéssemos que dar certo, nessa vida (quem sabe na próxima?), eu precisava te conhecer pra amar assim e que talvez eu precisasse te perder, pra entender que a felicidade não é um destino, mas a viagem e que talvez nunca fiquemos juntos, de novo, mas que os poucos ouvintes que escutaram e escutarão essa história, nunca duvidem o quanto a gente se amou e que vai pra sempre se amar, mesmo que a gente um dia negue, por orgulho bobo o quanto supostamente a gente não se importa mais.

"And there's no one else
That knows me
Like you do
What I' ve  done
You' ve done too
The walls I
Hide  behind
You want through
You just walk through"

3 comentários:

Helen Ferreira disse...

Li essa história com alegria, sim, com alegria. Por mais melancólica que seja, lembrei de mim, do meu primeiro amor. A ultima vez que nos vimos ele também vestia verde, e eu abracei já sentindo um aperto no peito, porque seria a ultima vez. E eu entendia isso. Como doeu, nossa... Amei por 4 anos alguém que não pode ser meu. E Ainda amo, mas a vida nos jogou para lados e escolhas diferentes. E eu amadureci tanto, que agora quero outros amores, novas dores e chorar de felicidade.

Sarah Corrêa disse...

oi, lorena! (=

gostei da sua honestidade emocional e coragem de falar em primeira pessoa.

beijo!

Jéssica Simões disse...

E tudo que eu queria era, por um instante, estar no seu lugar.
Eu não soube que era a última vez.
Foi surpreende e cruel.
Quando a gente sabe, quando tem a oportunidade da despedida, é mais confortável. Pode ter certeza.
Lindo texto!