domingo, 25 de julho de 2010

O que nunca chegou a ser ( alguém que não sou eu)


Engraçado, eu cheguei no momento em que eu não pensava mais no que te falar, mas, a que horas te falar! De manhã cedo com hálitos adormecidos e mergulhados em café, querendo imitar as novelas mocinho-mocinha? Quase perto da hora do almoço com cabeças cheias e barrigas vazias? Não! Mas, definitivamente, eu também não queria que fosse depois do almoço, porque eu queria uma hora em que eu tivesse certeza que estarias limpo...depois do almoço é complicado, eu queria falar tudo que eu sinto e ver que cara farias, talvez eu soubesse o que estarias a pensar em tal hora... e eu digo que depois do almoço é complicado porque Deus me livre que eu tivesse que ficar em dúvida se a tua cara de azia era de azia, mesmo, ou de uma surpresa não bem-vinda.
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Seguinte, eu sempre confundo o 4 com o 7, então, há 4 ou 7 meses eu fiz esse primeiro parágrafo ali. Eu confundo o 4 e o 7 com o 1, também... não são parecidos? 4, 7 e 1! Mas, enfim... tenho certeza que não foi há um mês. Há um mês eu comecei a querer esquecer do que se tratava o primeiro parágrafo. De certa forma, eu esqueci, obrigada!
Ó, daí, eu comecei a querer dizer algumas coisas como: "Filho da puta, tudo teu será apagado e que se foda meu amigo dizendo que eu deveria te tratar com 'você' porque 'tu' era brega demais... não mereces que eu fique em dúvida com pronomes de tratamento" seguido de "Mas, que merda eu tô dizendo? FODA-SE!"(é... em "Caps Lock"). Eu disse que, de certa forma, eu esqueci... então, eu não sei mais dizer se tudo passou muito devagar ou se foi rápido demais, mas, eu vomitei muitas vezes. Eu sei que isso não faz muito sentido no final dessa frase, mas, não sei, eu lembrei que eu vomitei...e vomitei muitas vezes, mesmo! Se eu tava te botando pra fora (ou era a vodka) eu não sei, mas, isso meio que melhorou a sensação das minhas madrugadas até que o sono me absorvesse. Desde então, tem esses dias que eu não sei o que aconteceu, esses dias vazios que eu tenho a impressão de terem me dado nada porque, alguns dias eu acordei e PUFT, eu não lembro. Se eu bebi? Eu nem bebi todas as noites! Se algumas vezes eu dormi 3 dias seguidos pensando ser 1? Talvez, eu não lembro! Mas, eu meio que estava querendo acreditar que meu cérebro apagou alguns dias... o corpo tem que pensar por nós quando não sobra nada de racional do "nós". Eu queria, mesmo, acreditar nisso, de modo que se não for nada do que pensei, talvez eu esteja evitando lembrar de alguns dias... e se eu faço isso, não quero descobrir o que eu fiz de mim nesses tais dias vazios dos quais eu não tive nada (ou tive).
É, e recentemente eu pensei em como eu pude não pensar antes que tu nunca terias me conhecido o suficiente, no que isso se encaixa com o "mais recentemente" que eu tenho, e eu vejo que tu confundiste a música com uma pessoa que não sou eu quando disseste "fiquei o dia inteiro ouvindo e pensando que gostarias"... guri, a música falava de uma casa pequena e crianças sendo chamadas para o jantar. Casa pequena? Essa não é minha história, não foi a minha história nem nos meus dias mais idealizadamente desgraçados. É história de outra pessoa que não eu e, então, como eu gostaria da música? Não acertaste a música, mas, já não vinhas acertando há tempos, tu sabes. Eu também, desde a primeira vez.
E o que falo agora? Sim, a minha história é que querendo esquecer do que se tratava o primeiro parágrafo, tendo meu cérebro apagado outros dias e havendo esses erros da parte de lá e da parte de cá que me deixaram aqui e assim, eu sinto que eu fiquei perdida. Talvez porque eu tive que parar de pensar em dias com flores brancas, parar de dormir com as mãos nesse meu oeste que por muitos dias não foi meu, que talvez não seja, e tive que me agarrar quase que religiosamente a um texto de Caio Fernando Abreu no intuito de me fazer levantar no dia seguinte. Eu tive que me enganar, mas, o que doeu mais foi o fato de eu já há muito tempo estar me enganando e tu sendo cúmplice dessa... coisa. Eu tenho que dizer que eu meio que estou numa fase de reabilitação dessa mania morena que eu tive, e no lugar de flores brancas, eu olhei para as muito brancas; no lugar de camisa verde, eu mudei uns tons e apostei em absinto... de repente, os cabelos escuros eram amarelo-sol que jogava com o céu verde que eu não sabia se do efeito do absinto ou da fada deitada daquele lado... o esquerdo (talvez fosse efeito do absinto). La fée verte: com absinto ou não, a história desse final é que as que tem o sol na cabeça e não na pele podem não ser tão ruins. Definitivamente, não foi ruim. E aliás, o primeiro parágrafo..eu aposto em 7 meses. Tempo demais.

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